Cancro meu: Mulheres coragem

Há pessoas que nos inspiram, que são um exemplo de força e coragem, que suscitam em nós uma profunda admiração.

Eu nunca tive tendência para ter ídolos. Vejo as pessoas a pernoitar ao relento, em filas, só para ter acesso a um bom lugar num concerto, ou a chorar desalmadamente quando conseguem um autógrafo do seu ídolo. O sacrifício que fazem, só para estar um pouco mais perto de quem admiram.

Quer dizer...lembrei-me agora que quando era adolescente adorava o bonjovi!! E uma vez, com a minha amiga Susana, decidimos andar a correr pela casa com o poster dele na mão, a dançar com ele, a beijá-lo,... Aquelas parvoíces! A verdade é que, não me perguntem como, fiquei com o lábio colado no poster e não conseguia soltar sem arrancar pele... Então andava de beiça caída pela casa às voltas, a dizer à Susana " tira-me isto! Dói muito! Socorro! Devagar para não estragar o poster!!!" 

Adiante. Esta fase que estou a passar tem tido o poder de me fazer apaixonar por pessoas que nem conheço, apenas por ler as suas histórias de vida, de força, resiliência e coragem. Muitos me dizem que eu também sou um exemplo, mas acho sempre que não, que apesar de tudo, tenho um suporte emocional e técnico muito bom e que assim é mais fácil...a única coisa que me faz sentir especial é esta partilha. É saber que posso ajudar alguém que leia as minhas palavras e nelas se identifique. E que isso possa servir de consolo, de colo, de motivação num momento mais difícil de ultrapassar.

Ouço histórias de mulheres que sofreram imenso com cirurgias complicadas à mama, reconstruções que correm mal ou que tardam a acontecer, mães  ou avós exemplares, que mesmo sem forças, brincam e educam os seus pequenos. E mesmo quando tudo parece desabar, continuam a enfrentar todos os desafios, a sofrer baixinho...mas a seguir em frente.
São estes os meus ídolos!

Por outro lado, admiro também aquelas mulheres que muito têm, mas que muito fazem. Que, ao passarem por um cancro de mama, souberam ter a força, inteligência emocional e coragem de assumir publicamente, partilhando e alertando outras mulheres para este mal. 

Temos alguns exemplos destas mulheres coragem, famosas, que souberam pôr de lado a vaidade e utilizá-la como forma de chegar a outras mulheres, para que estas sintam que pode acontecer a qualquer um e que, na maioria dos casos, há finais felizes!

Vou-vos relembrar alguns casos, de musas inspiradoras, que estão "aí para as curvas", mais lindas que nunca, com um brilho ainda mais especial, apesar de, em determinado momento das suas vidas, terem sido confrontadas com um diagnóstico tão difícil de aceitar e vivenciar.

Fernanda Serrano 
Uma mulher linda e maravilhosa, que passou por uma aventura única na sua vida a partir do momento que descobriu cancro de mama.



A Fernanda esperou 5 anos para escrever o  livro e poder gritar ao mundo: "também há finais felizes", apesar de ter sofrido com negligência médica e uma gravidez inesperada que podiam ter posto a sua vida em risco.
O seu tipo de cancro também não tinha receptores hormonais e era bastante agressivo.

Ela não desistiu de lutar, enfrentou a doença com uma grande dose de coragem e auto-estima e no livro, de uma forma simples e direta, inspira mulheres por todo o país! 



Patricia Pillar




Em 2002, Patrícia Pillar surpreendeu ao tornar público seu cancro, um tipo raro chamado de Doença de Paget. Ela passou por uma cirurgia para a retirada do tumor e varias sessões de quimioterapia. A atriz fez questão de falar sobre o assunto publicamente, e explicou que o seu tipo de cancro era raro, e parecia uma dermatite na auréola da mama.

Segundo ela explicou: “Eu tive uma forma rara de câncer de mama, que está no exterior da mama, no mamilo ou auréola, surge como um vermelhão que depois se torna uma lesão com bordas crustosas. Eu nunca teria suspeitado que seria um câncer de mama, mas era. Se o meu médico cuidasse do problema rapidamente ao invés de ir tratando como dermatite, talvez pudessem salvar minha mama e a doença não iria para meus nódulos linfáticos. Esta mensagem deve ser levada à sério e repassada para tantas amigas quanto possível. Pode salvar a vida de alguém. Meu câncer de mama se espalhou e houve metástase para meus ossos, isso depois de receber mega doses de quimioterapia, 28 tratamentos de radioterapia e tomar Tomoxipan. Talvez se eu soubesse dessa doença anteriormente, ela não teria se espalhado”.

Já viram como é importante falarmos abertamente destes problemas! Esta sinceridade pode salvar vidas.

Kylie Minogue 



A cantora foi diagnosticada com cancro de mama em 2005, com 36 anos! Até hoje, Kylie chora ao lembrar-se da dura batalha contra a doença. Nas suas palavras: “Qualquer pessoa que teve cancro ou outra doença que envolve cirurgias e tratamentos sofridos sabe exatamente que nunca mais seremos os mesmos.”
Kylie tornou pública a notícia mesmo antes de se submeter à cirurgia e desde então tem apoiado várias causas relacionadas com cancro da mama. 

Angelina Jolie


A atriz não chegou a ter cancro! Mas o caso ficou muito mediático quando em 2013 Angelina tirou as duas mamas depois de descobrir que tinha quatro em cinco hipóteses de vir a ter cancro da mama. O teste genético que Angelina decidiu fazer concluiu que era portadora do gene BRCA1(o tal teste que já aqui falei e que eu também fiz), o responsável pela forte tendência hereditária. Depois da sua decisão, o número de mulheres que fizeram o mesmo teste genético duplicou

É um exemplo diferente, mas que mostra a coragem desta mulher ao querer partilhar com o mundo algo que poderia considerar uma vergonha ou ameaça à sua imagem de mulher sensual.

E muitos mais casos havia para falar, tais como a Brigite Bardot, Christina Applegate, Cynthia Nixon (sexo e a cidade),...

Um bem haja a todas as heroínas que lutam por uma causa e nos ajudam com as suas histórias.
















Comentários

  1. Felizmente, há mulheres coragem um pouco por todo o mundo, e os seus exemplos podem ser poderosos apoios para todos quantos, de um momento para o outro, se vêm envolvidos nesta difícil situação. Parabéns a essas mulheres coragem que dão a cara, sem tabus, sem vergonhas, sem preconceitos, unicamente a ajudar os outros e, também, a fazerem uma catarse benéfica.

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  2. Eu li o livro ha bastante tempo da Fernanda Serrano a cheio um livro fabuloso a fc irmã como ela se expõe e passa uma gravidez de risco estando a passar a doença. Assim como li o livro de Manuel Forjaz um outro livro bastante emotivo, assim como acompanhava na TVI 24 as entrevistas dele. A forma como ambos expõe as suas situações e colocam a nu, os sentimentos mais íntimos de uma forma fabulosa. Sem ser um conto de fadas, mas com realidade que estas situações acontecem a todos anónimos ou famosos. É importante é que as situações sejam contadas para dar forca a todas as mulheres e homens que passam por tal situação, pois dão força a quem vive esse momento. Força minha heroína também vais ultrapassar, beijinhos grandes.

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