Operação - retirar o tumor

Depois de todos os exames feitos, avançei de imediato para a cirurgia, que foi realizada no dia 12 de agosto, no Hospital Cuf Porto, com a equipa do Dr José Fleming de Oliveira (cirurgião oncológico), Dr Pedro Silva (cirurgião plástico), Professor Manuel Moutinho (cirurgião), anestesista, enfermeira e anatomopatologista.

Um bem haja a todos estes profissionais que todos os dias salvam vidas e acarinham as pessoas.

Depois de analisarem  o meu caso, ficou definido que iria realizar uma mastectomia radical modificada, com recostrução mamária imediata com TRAM homolateral - o que significa que me retiraram toda a mama (a direita), preservando a pele e mamilo, e encheram com gordura da barriga. É quase como fazer uma abdominoplastia, pois fazem uma incisão que vai de um lado ao outro da barriga, depois levantam a pele e retiram a gordura abdominal para encher a mamoca e ainda dobram o músculo reto abdominal para suportar a mama.

Já me tinham avisado que era uma operação longa e com um pós-operatório bastante doloroso - e avisaram bem! Depois de 6 horas no bloco, acordei no recobro.., boca sêca, pedrada, dores incríveis na barriga, sem me conseguir movimentar... Uma sensação muito limitadora!! Lembro-me de mexer aquilo que conseguia, e então levantava os braços, mexia os pés, tentava fazer um Check up ao meu corpo, como que a tentar perceber o estado das coisas! 

Ali estive um bom pedaço e entretanto aparece o Dr Flemming e eu confesso que só me lembro de lhe perguntar como estava o gânglio sentinela e ele explicou que estava negativo e que a cirurgia tinha corrido lindamente!!

Senti um alívio.., e não me lembro de mais nada da conversa... 

Dali saí para o quarto, onde a família me esperava, mas eu vinha tão pedrada que mal conseguia falar. O que mais custa neste tipo de operação são as dores na barriga... Não nos conseguimos movimentar nem um bocadinho e qualquer coisa como tossir, espirrar, rir, é completamente impossivel!! 

Passei 2 dias a dormir quase sentada, com costas e pernas ligeiramente levantadas. Tinha 4 drenos - 2 na mama e 2 na barriga, que também dificultavam as coisas. Estava algaliada...

A sensação que tive foi de que nunca mais iria ficar normal!!! 

A verdade é que estive internada 4 dias e  quando saí já andava bastante bem e as dores muito mais controladas! O nosso corpo é incrível, a forma como se recupera é milagrosa!! 

Acabou por correr tudo muito bem, quer tecnicamente, quer em termos estéticos, o que me ajudou a sair mais forte e preparada para o próximo passo - recuperar da cirurgia e preparar para a quimioterapia!

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